Assim como Benjamin, iremos fazer referência às teorias marxistas para melhor refletir sobre os meios de comunicação de massa. Nesse sentido, partimos da ideia de diferentes classes sociais e do conceito de que as classes dominantes detêm os meios de produção e é a partir do meio de produção que eles mantêm a reprodução do capital.
Essa formulação nos deu um melhor entendimento das reflexões de Benjamin e as bases para compreender as semelhanças da indústria tradicional com a cultural.
Pensando sobre os meios de comunicação de massa, observamos claramente a quem eles pertencem e, com toda certeza, não são dos filhos dos trabalhadores.
Observamos que existe uma cultura de massa que serve aos donos do capital e que a maioria das produções culturais vinculadas às grandes emissoras visa atender as demandas do mercado, produzindo e reproduzindo produtos dos mais diversos campos, que buscam ditar formas de comportamento que incluem desde a forma de vestir, como a de se alimentar.
Como diz Horkheimer, a produção de bens de consumo, por essa indústria, destina-se a legitimar o lixo que propositadamente produzem, por intermédio da ideologia do mercado.
O desenvolvimento de novas tecnologias para os veículos de comunicação deixou a indústria cultural ainda mais forte economicamente e ideologicamente. E com toda essa inovação, criou produtos na área do audiovisual de fácil absorção pelas pessoas e estimulou esse tipo consumo, facilitando ainda mais a pouca reflexão, deixando o indivíduo ainda mais acomodado, passivo sobre a sua realidade. Outro fator que reforça essa afirmação é um pensamento individual de atuar em sociedade, deixando de lado a força de um ideário coletivo em nome de ações individuais.
“A cultura sempre contribui para domar os instintos revolucionários, e não apenas os bárbaros. A Cultura industrializada fez algo a mais. ela exercita o indivíduo no preenchimento da condição sob a qual ele está autorizado a levar essa vida inexorável”.
(HORKHEIMER, 1985, p. 226)
Contudo, percebemos, como retrata Horkheimer, essa inclinação na manipulação propositada da indústria cultural, para educação de indivíduos não reflexivos.
O homem tem a capacidade de se libertar, mas não só.
Construir mecanismos que possam romper com essa passividade social e dever de todos que conseguiram romper essa manipulação da indústria cultural. Com o advento da internet, as pessoas têm construído novas formas de se relacionar e de produzir e consumir cultura. E mesmo com o entendimento que o mercado vai absorvendo boa parte do que é produzido, muitas pessoas vêm se organizando e construindo coletivamente novas ações que buscam refletir essa autonomia. Nós viveremos muito tempo, uns observando e outros atuando nessa real luta de classes.
Cristiane Duarte Siebra Simões.
Um comentário:
Trabalho da disciplina de políticas culturais.
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