terça-feira, 8 de novembro de 2011

Indústria cultural e cultura de massa.

  Assim como Benjamin, iremos fazer referência às teorias marxistas para melhor refletir sobre os meios de comunicação de massa. Nesse sentido, partimos da ideia de diferentes classes sociais e do conceito de que as classes dominantes detêm os meios de produção e é a partir do meio de produção que eles mantêm a reprodução do capital.

Essa formulação nos deu um melhor entendimento das reflexões de Benjamin e as bases para compreender as semelhanças da indústria tradicional com a cultural.

Pensando sobre os meios de comunicação de massa, observamos claramente a quem eles pertencem e, com toda certeza, não são dos filhos dos trabalhadores.

Observamos que existe uma cultura de massa que serve aos donos do capital e que a maioria das produções culturais vinculadas às grandes emissoras visa atender as demandas do mercado, produzindo e reproduzindo produtos dos mais diversos campos, que buscam ditar formas de comportamento que incluem desde a forma de vestir, como a de se alimentar.

Como diz Horkheimer, a produção de bens de consumo, por essa indústria, destina-se a legitimar o lixo que propositadamente produzem, por intermédio da ideologia do mercado.



      O desenvolvimento de novas tecnologias para os veículos de comunicação deixou a indústria cultural ainda mais forte economicamente e ideologicamente. E com toda essa inovação, criou produtos na área do audiovisual de fácil absorção pelas pessoas e estimulou esse tipo consumo, facilitando ainda mais a pouca reflexão, deixando o indivíduo ainda mais acomodado, passivo sobre a sua realidade.  Outro fator que reforça essa afirmação é um pensamento individual de atuar em sociedade, deixando de lado a força de um ideário coletivo em nome de ações individuais.

“A cultura sempre contribui para domar os instintos revolucionários, e não apenas os bárbaros. A Cultura industrializada fez algo a mais. ela  exercita o indivíduo  no preenchimento da condição sob a qual ele  está autorizado a  levar essa vida inexorável”.

(HORKHEIMER, 1985, p. 226)

Contudo, percebemos, como retrata Horkheimer, essa inclinação na manipulação propositada da indústria cultural, para educação de indivíduos não reflexivos.

 O homem tem a capacidade de se libertar, mas não só.
Construir mecanismos que possam romper com essa passividade social e dever de todos que conseguiram romper essa manipulação da indústria cultural. Com o advento da internet, as pessoas têm construído novas formas de se relacionar e de produzir e consumir cultura. E mesmo com o entendimento que o mercado vai absorvendo boa parte do que é produzido, muitas pessoas vêm se organizando e construindo coletivamente novas ações que buscam refletir essa autonomia. Nós viveremos muito tempo, uns observando e outros atuando nessa real luta de classes.


Cristiane Duarte Siebra Simões.

Um comentário:

Unknown disse...

Trabalho da disciplina de políticas culturais.