sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Inserida no Cariri cearense, a cidade do Crato encontra-se num “reduto de águas”, por assim dizer, através de fontes provenientes da Chapada do Araripe. Contudo, esta não é uma realidade encontrada em quase toda a extensão do semi-árido nordestino. A escassez periódica de chuvas, em toda a região, provocava em sua circunvizinhança o fenômeno da migração. As terras mais úmidas do sertão nordestino “podiam ser ocupadas pelos grupos de sertanejos que perdiam as suas colheitas de subsistência e também pelo gado dos grandes proprietários. O Piauí e o Cariri eram as áreas mais procuradas por estas migrações periódicas” (NEVES, 2002:77). Percebe-se, portanto, que todo o processo a ser tratado neste texto, se deu numa região próspera, inserida no chamado “Polígono das Secas”, que segundo NEVES[1] foi, por muito tempo, o reduto dos flagelados das estiagens.

A água, como podemos observar, sendo um recurso escasso em todo o semi-árido, é um elemento determinante no estabelecimento das relações econômicas locais. Entender este sistema de relação de coisas sociais é entender como se deu o processo de colonização das terras no Cariri. Devido às condições climáticas, os colonizadores puderam estabelecer-se de forma sedentária, através, principalmente, do cultivo da cana-de-açúcar (OLIVEIRA, 2003).

Desta forma, a cultura da cana-de-açúcar e os engenhos de rapadura, foram as atividades que justificaram a permanência deste processo de povoamento e o desenvolvimento econômico da Região. No final do século XVIII, a Capitania do Ceará, tornara-se independente de Pernambuco, no entanto, ainda manteria fortes vínculos comerciais com esta Capitania, através da rapadura produzida no Cariri.

Siebra,D.Cristiane

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