quinta-feira, 6 de março de 2008

A Comissão Nacional de Mortos e Desaparecidos, ligada à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, esteve em Fortaleza para coletar sangue dos familiares do cearense Bergson Gurjão Farias, para confirmar se duas caixas de ossadas humanas, a RI-2 e a X2 (Reserva Indígena 2 e Xambioá 2), incluiriam restos mortais dele.

No início da semana, uma das integrantes da Comissão, Yara Xavier Pereira, acompanhou em Fortaleza a coleta de sangue da irmã de Bergson, Tânia Gurjão, e da mãe do cearense, Luíza Gurjão Farias. Na sexta-feira foi coletado o sangue do irmão de Bergson, Gessiner Farias Júnior.

A coleta de sangue ocorre pouco mais de três meses depois do jornal cearense O Povo ter revelado a existência das ossadas, que permaneceriam em poder do Governo Federal há nove anos. No último dia 11 de janeiro, o jornal revelou a existência das ossadas a partir de relatório da Equipo Argentino de Antropologia Forense (EAAF). O órgão é responsável pela identificação das supostas ossadas de desaparecidos políticos exumadas no cemitério de Xambioá.

Conforme Simone Botelho, permanece indefinido o prazo em que será conhecido o resultado dos exames que comprovariam se o DNA dos familiares de Bergson Gurjão Farias é o que foi identificado nas ossadas. ''Estamos investigando de quem seriam as ossadas. Elas podem ser de cinco ou seis pessoas, dentre elas o Bergson'', quantifica a secretária executiva da Comissão.

Na prática, de acordo com Simone Botelho, as amostras sangüíneas terão o DNA isolado. Com isto, seria possível a comparação entre os códigos genéticos de Bergson e de seus familiares.

Até o final do mês, de acordo com Yara Xavier, os exames serão encaminhados pela Secretaria Especial de Direitos Humanos à Universidade de Farmácia e Bioquímica de Buenos Aires, na Argentina. Lá, um exame a ser feito pelo serviço Hullas Digitales comprovará se entre as ossadas foi encontrado DNA de Bergson. Conforme Yara, a expectativa da Comissão é a de que o resultado dos exames seja divulgado pela universidade argentina em um prazo que varia de dois a três meses. A Comissão informa que as amostras sangüíneas terão o DNA isolado. Com isto, seria possível a comparação entre os códigos genéticos das ossadas e dos familiares de Bergson e dos demais desaparecidos - o que comprovaria se restos mortais do cearense foram realmente encontrados.


Fonte: jornal O Povo (CE)

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